Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz, 1991


Aung San Suu Kyi: Líder da oposição, ativistas dos Direitos Humanos

Bom dia, boa tarde, boa noite, vamos conhecer sobre a Aung San Suu Kyi?


    Aung San Suu Kyi, nasceu em 19 de junho de 1945 em Yangon (Myanmar), e é filha de Aung San, considerado o herói nacional da independência da Birmânia, que foi assassinado pouco antes da independência do país (proclamada em 4 de janeiro de 1948), quando ela tinha dois anos de idade.

Aung San Suu Kyi ,1951.
Fonte: Wikimedia Commons; Domínio Público

    Suu Kyi iniciou seus estudos nas melhores escolas de Rangum (antiga capital e maior cidade do país), no ensino médio estudou na Índia, onde sua mãe, Khin Kvi, foi embaixadora. Aos 19 anos ingressou na Universidade de Oxford, onde estudou filosofia, política e economia e também conheceu Michael Aris, um especialista em civilização tibetana, com quem se casou posteriormente. Após a graduação, entre 1969 e 1971, a Suu Sky trabalhou na ONU, em Nova York. Em 1972, casou-se com Michael, o casal teve dois filhos, Alexander (Londres, 1973) e Kim (Oxford, 1977).
    Em 1988, Suu Kyi regressa ao seu país, a princípio para cuidar de sua mãe, que estava doente. Porém, assim que voltou ao seu país começou a participar do movimento pró-democracia. Seu retorno coincide com a eclosão de uma revolta popular contra os vinte e seis anos de governo do general Ne Win, que resultou em alto grau de repressão política e colapso da economia do país. Em 23 de julho, o general Ne Wan renunciou, mas as manifestações populares de protesto continuam. O movimento é brutalmente reprimido, mais de 5 mil manifestantes foram mortos em 8 de agosto de 1988, na chamada Revolta 8888. Em 18 de setembro instalou-se uma junta militar no governo do país. Alguns dias depois, em 24 de setembro, um novo partido é formado, a Liga Nacional pela Democracia (LND), tendo Suu Kyi como secretária-geral. Ela se torna a principal líder do movimento pró-democratização. Entre outubro e dezembro, Suu Kyi percorre o país, pregando a não violência e a desobediência civil, em grandes comícios. Em dezembro, morre sua mãe, Daw Khin Kyi, aos setenta e seis anos.
    Em 1989, Suu Kyi é presa pela primeira vez, ficando impedida de apresentar sua candidatura às eleições gerais do ano seguinte, as primeiras no país desde 1962. Mesmo assim, seu partido, a LND, obteve uma grande vitória nas eleições de 1990, conquistando 81% das cadeiras em disputa. A junta militar se recusa a reconhecer o resultado das eleições.
    Ainda em 1990, o Parlamento Europeu concede a Suu Kyi o prêmio Sakharov de liberdade de pensamento. Em 1991, recebeu o Nobel da Paz. Em 10 de dezembro, seus filhos, Alexander e Kim, recebem o prêmio, em nome de sua mãe. Suu Kyi continuou presa e se recusou a deixar o país, conforme lhe propôs o governo birmanês. O movimento por sua libertação cresce em todo o mundo.
    Em 1995, o regime militar decide libera-lá da prisão domiciliar imposta a ela, como sinal de abertura democrática dirigido à comunidade internacional, mas sua liberdade dura pouco tempo, meses depois é presa novamente.
    No Natal de 1995, Michael consegue permissão para visitar a esposa, sendo o último encontro do casal. Em 27 de março de 1999 Michael faleceu de câncer, em Londres. O governo sempre insistia que ela fosse encontrar sua família, na Inglaterra, mas Suu Kyi recusava a sair do seu pais, pois acreditava que as autoridades birmanesas não a deixariam retornar. Assim, ela vive distante de sua família como um sacrifício a ser feito por seu país.
    Em 13 de novembro de 2010, Suu Kyi foi finalmente libertada da prisão domiciliar, ficando autorizada a deslocar-se livremente. Ao discursar para cerca de 4.000 simpatizantes, defendeu a democracia e a "reconciliação nacional". "Estou preparada para conversar com qualquer um. Não guardo ressentimento de ninguém", disse ela. Em 15 de agosto de 2011, encontrou-se com o presidente Thein Sein e manifestou o seu apoio à abertura iniciada pelo governo, que inclui a libertação dos numerosos presos políticos do país.

Aung San Suu Kyi ,2011.
Fonte: Wikimedia Commons; Domínio Público.

    Em 1 de abril de 2012 o seu partido, a Liga Nacional pela Democracia, anunciou que ela havia sido eleita para o Pyithu Hluttaw, a câmara baixa do parlamento birmanês, representando o distrito eleitoral de Kawhmu, na região de Yangon. Seu partido também conquistou 43 dos 45 assentos vacantes da câmara baixa. No dia seguinte os resultados da eleição foram confirmados pela comissão eleitoral oficial.
    Em agosto de 2017, o Exército de Myanmar lançou uma incursão em Rakhine, o estado do norte do país que alberga mais de um milhão de muçulmanos da etnia rohingya e deixou milhares de mortos e mais de 690 mil refugiados. Aung San Suu Kyi, como conselheira do estado, continuou a desmentir as alegações de atrocidades e comprou uma guerra com a ONU e com organizações sem fins lucrativos como a Oxfam. Esta controvérsia fez com que várias pessoas exigissem que Aung San Suu renunciasse ao seu prêmio Nobel da Paz, mas até hoje não foi comprovado estas acusações. 

Espero que tenham gostado do texto, até o ano que vem. Cuidem-se!

Por Débora Santos e Anelize Bahniuk

Referência
- CORDEIRO, Tiago. Mulheres que mudaram a história: Aung San Suu Kyi, Super Interessante, 5 março de 2018.
Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/mulheres-que-mudaram-a-historia-aung-san-suu-kyi/
Acesso 5 dez. de 2020.

- Aung San Suu Kyi, Wikipedia.
Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aung_San_Suu_Kyi
Acesso 5 dez. de 2020.

Pra saber mais:
- Mulheres de expressão: Aung San Suu Kyi, artigo 19.
Disponível em:
https://artigo19.org/mulheresdeexpressao2011/aung-san-suu-kyi/

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