Jody Williams, Nobel da paz, 1997.



Jody Williams: Ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para erradicar as minas terrestres.


Bom dia, boa tarde, boa noite, vamos conhecer mais uma laureada do Nobel da Paz?



Jody Williams nasceu em 9 de outubro de 1950 em Vermont (Estados Unidos). Ela possui cincos irmãos, seu pai foi um juiz municipal e sua mãe supervisionava projetos de habitação pública. Seu irmão mais velho era surdo e esquizofrênico. Desde pequena Jody sempre foi uma pessoa empática e cuidadosa com os menos afortunados.

Williams se formou na Universidade de Vermont em 1972, apesar de não saber que carreira queria seguir iniciou o mestrado em Ensino de Espanhol e inglês como segunda língua na Escola de Treinamento Internacional de Brattleboro em 1976, também cursou Relações Públicas na Johns Hopkins Escola de Estudos Internacionais Avançados em 1984. Ela trabalhou como professora no México, Reino Unido e Washington, também trabalhou como secretária temporária, mas nenhuma dessas atividades despertava seu interesse.  Até que um certo dia recebeu um folheto em El Salvador em uma estação de metrô. Este folheto a levou a uma reunião no porão de uma igreja, que por sua vez desencadeou o interesse pelo ativismo político que mais tarde se tornaria a obra de vida de Jody Williams. 


Jody Williams 2001.jpg

Jody Williams, 2001.

Fonte: Wikimedia Commons; Domínio Público.


Após se encontrar no ativismo político, em 1984, ela tornou-se ativista em tempo integral, assinando como co-coordenadora do Projeto de Educação Nicarágua-Honduras. Depois de dois anos no cargo, ela se tornou vice-diretora de Assistência Médica para El Salvador, onde organizou projetos de ajuda humanitária como uma rede de hospitais dos EUA que prestou atendimento gratuito a crianças feridas na guerra em El Salvador. 

Em novembro de 1991, Williams foi convidada por representantes da Fundação dos Veteranos do Vietnã da América (uma organização humanitária alemã), para que coordenasse uma campanha internacional contra as minas terrestres, naquele momento, estimava-se que havia mais de 100 milhões dessas armas espalhadas por 80 países. 

Williams aceitou a tarefa, e em um discurso, citado por Angela Turner do Albuerque Journal, a laureada relata que “Eu não decidi atacar as minas terrestres. As minas terrestres me convidaram para enfrentá-las”. A laureada se tornou coordenadora fundadora da Campanha Internacional para Banir as Minas Terrestres (ICBL), que foi formalmente lançada em outubro de 1992. Um objetivo principal da organização era conseguir a assinatura de um tratado internacional que parasse a produção, venda e armazenamento de armas, junto com a eliminação das existentes. Os colegas de Williams previram que levaria pelo menos 30 anos para atingir esse objetivo, mas Williams ainda estava disposto a tentar.


JodyWilliamsMay2010 headcrop.jpg

Jody Williams, 2010.

Fonte: Wikimedia Commons; Domínio Público.


Jody Williams entrou em contato com organizações não-governamentais (ONGs) preocupadas com direitos humanos, desarmamento e desenvolvimento do Terceiro Mundo, ela procurou seu apoio unificado na questão das minas terrestres. Além disso, ela se reuniu com líderes de governos e ONGs em todo o mundo e falou sobre o problema em locais como o Parlamento Europeu, e a Organização para a Unidade Africana. Seus esforços começaram a crescer como uma bola de neve à medida que as ONGs convertidas começaram a convencer seus governos a agirem e o número de pessoas convencidas continuou a crescer. De fato, sob a supervisão de Williams, a ICBL cresceu para incluir mais de 1.300 ONGs em 85 países.

Conforme o tratado internacional se aproximava da concretização, Williams recebeu um auxílio inesperado em 1996 com o apoio ativo da falecida Diana (princesa de Gales). Entretanto, a laureada não recebia apoio do seu próprio país. O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, se opôs veementemente ao tratado.

Mesmo sem o apoio dos Estados Unidos, a persistência obstinada de Williams foi recompensada duas vezes em 1997. Primeiramente, ela e a ICBL receberam o Prêmio Nobel da Paz em outubro. E ainda, Williams conseguiu a assinatura de um tratado para banir as minas terrestres. Em negociações e assinaturas em Oslo e Ottawa, mais de 100 países concordaram com o tratado. Ficando muito aquém da projeção original de 30 anos para a realização do trabalho, o acordo tornou-se uma lei internacional vinculativa mais rápido do que qualquer tratado comparável anterior, infelizmente a assinatura dos Estados Unidos permaneceu ausente.

Em fevereiro de 1998, Williams deixou sua função de coordenadora da ICBL e se tornou embaixadora da campanha da organização, falando em seu nome em todo o mundo. Ela também se juntou ao comitê de coordenação da ICBL e começou a trabalhar como editora sênior do Landmine Monitor Report do grupo, que supervisiona a implementação e conformidade do Tratado de Banimento das Minas Terrestres que ela liderou. 

C:\Users\Rayane\Desktop\800px-Jody_Williams,_Chairperson,_Nobel_Women’s_Initiative,_USA;_Nobel_Peace_Prize_1997_(35155594255).jpg

Jody Williams, 2019.

Fonte: Wikimedia Commons; Domínio Público.


Fora da ICBL, Williams passou a perseguir outros interesses, começou a trabalhar com outros nove ganhadores do Prêmio Nobel em Peacejam, um projeto educacional criado para inspirar uma nova geração de ativistas pela paz. Em 2003, ela também trabalhou como professora visitante de serviço social e justiça global na Escola de Graduação em Serviço Social da Universidade de Houston, pelo período de quatro anos.


Esperamos que tenham gostado do texto, até a próxima. 

Por Débora Santos e Anelize Bahniuk


Referência:

-  Enciclopédia, Williams Jody, 2018.

Disponível em:

https://www.encyclopedia.com/people/social-sciences-and-law/social-reformers/jody-williams

Acesso em 18 de jan. de 2020.


- Prêmio Nobel Jody Williams em Joy. ( 1998 ). Christian Science Monitor, 90, 12 . 

Disponível em: 

 http://www.csmonitor.com/1998/0612/061298.home.home.2.html

Acesso em 18 de jan. de 2020.


Pra saber mais:

-  MacDonald, E., Schoenberger, CR (2004). As 100 mulheres mais poderosas do mundo.

Disponível em: http://www.forbes.com/2004/08/18/04powomland.html







    

Comentários