Elizabeth Blackburn, Nobel de Fisiologia ou Medicina, 2009

Bom dia, time!!!

Hoje vamos conhecer mais um pouco desta mulher que, pelo seu fascínio pela biologia, fez descobertas incríveis sobre o DNA (ácido desoxirribonucleico).

Elizabeth Blackburn, professora de Biologia e Fisiologia no Departamento de Bioquímica e Biofísica da Universidade da Califórnia, San Francisco (UCSF), recebeu a Medalha de Ouro do American Institute of Chemists (AIC), em 2012.

Elizabeth Blackburn nasceu na Austrália, mais precisamente na cidade de Hobart na Tasmânia, em 1948. Tendo seus pais e tios médicos, e seus avós geólogos, Elizabeth, desde cedo, foi influenciada pelas ciências, principalmente a biológica, demonstrando interesse especial por animais. Não obstante, Elizabeth ficava encantada pelo impacto visual da ciência nos livros para jovens e pela ideia romântica e nobre da ciência. 

A educação de Elizabeth foi por meio de escolas particulares de excelência, como a Broadland House Girls Grammar School. Quando jovem, Elizabeth teve aulas de piano e até vislumbrou uma carreira como musicistas, porém ela reconheceu ter maior competência do que talento, e logo seguiu carreia na ciência. A partir daí, Elizabeth se graduou em Bacharel em Ciências na Universidade de Melbourne e, em seguida, na mesma universidade, realizou o mestrado em Ciências, no campo da bioquímica. Três anos depois, Elizabeth recebeu o seu título de Doutora na University of Cambridge, onde trabalhou com Frederick Sanger desenvolvendo métodos para sequenciar DNA usando RNA. Aqui, percebe-se que Elizabeth era muito dedicada as suas pesquisas, e foi também através disso que ela conheceu o seu marido. Isto é, foi no Laboratório de Biologia Molecular da Universidade (Medical Research Council (MRC)) que Elizabeth conheceu John Sedat. John e Elizabeth resolveram se casar, e como John havia aceitado trabalhar na Universidade de Yale, Elizabeth mudou o seu planejamento e decidiu realizar o seu pós-doutorado naquela Universidade.

O trabalho de Elizabeth

  

Imagem do cromossomo com o Telômero destacado. Fonte: Wikimedia Commons; Licença: Livre.

Elizabeth recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 2009 por ter descoberto a natureza molecular dos telômeros; extremidades dos cromossomos que servem como capas protetoras essenciais para preservar a informação genética e por co-descobrir (descoberta em 1984, com sua aluna de doutorado) a telomerase, uma enzima que mantém as extremidades dos telômeros.

Tenha calma se você não entendeu o que é um telômero! 😁

Telômero é uma espécie de capa protetora que existe nas extremidades dos cromossomos; eles protegem os cromossomos impedindo-os de se desfiarem sempre que há divisão das células e, assim, preservar a informação genética. Acredita-se que tanto os telômeros quanto a telomerase (enzima) desempenham papeis centrais no envelhecimento e em doenças como o câncer.

O trabalho de Elizabeth ajudou a lançar novos campos inteiros de pesquisa nessa área, pois “sempre que uma célula precisa se dividir, os cromossomos necessitam ser duplicados, para que cada célula-filha carregue um par idêntico de cromossomos da célula-mãe. Nesse processo, de infinitas divisões e multiplicações diárias das células para regenerar nossos tecidos e órgãos, os telômeros acabam se encurtando, ou seja, parte da extremidade do DNA é perdida. É como se as pontas dos cadarços dos tênis e sapatos fossem ficando cada vez mais curtas à medida que são usados.”

A “enzima chamada telomerase é capaz de repor as unidades de DNA perdidas durante a divisão celular, impedindo o encurtamento dos telômeros. O comprimento dos telômeros passou a ser considerado como mais um biomarcador de envelhecimento chave no nível molecular.  Embora a telomerase tenha sido apelidada de enzima da imortalidade, ela também está presente nas células cancerígenas, que têm grande capacidade de se multiplicar, o que significa que a enzima da imortalidade também tem o seu reverso. Assim, compreender o seu funcionamento ajuda a entender o processo de envelhecimento e a combater o câncer.”  

Com a passagem do tempo, a estabilidade dos telômeros diminui, atingindo um ponto em que já não é possível proteger o organismo das doenças. Sem essa proteção, as células degradam-se, envelhecem e deixam de funcionar. Quando isto acontece, os seus cromossomas podem se fundir ou se reorganizar, originando doenças como é o caso do câncer. Daí a importância das descobertas de Elizabeth e da sua equipe (Carol Greider e Jack Szostaks), pois ajudaram a perceber a razão de certas mutações genéticas, sendo uma importante contribuição na procura da cura de doenças graves, tais como as doenças cancerígenas.

Por Rene Miguel e Everton Bedin

Um pouco mais sobre Elizabeth Blackburn
A receita da longevidade, segundo uma Prêmio Nobel de medicina. Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/a-receita-da-longevidade-segundo-uma-premio-nobel-de-medicina/. Acessado em: 20 mar. 2021.
Leia mais em: https://saude.abril.com.br/medicina/a-receita-da-longevidade-segundo-uma-premio-nobel-de-medicina/
Vídeo no Ted, a ciência das células que nunca envelhecem. Disponível em: https://www.ted.com/talks/elizabeth_blackburn_the_science_of_cells_that_never_get_old?language=pt-br. Acessado em: 21 mar. 2021.
Vídeo no site NobelPrize, “Telômeros e telomerase: os meios para o fim”: Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/2009/blackburn/lecture/. Acessado em: 18 mar. 2021.

Referências
Agora É Que São Elas: Elizabeth Blackburn. Museu ciência é vida. Fundação CECIERJ. Disponível em: https://www.cecierj.edu.br/2020/08/12/agora-e-que-sao-elas-elizabeth-blackburn/. Acessado em: 21 mar. 2021.
Elizabeth H. Blackburn - Palestra Nobel. NobelPrize.org. Nobel Media AB. Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/2009/blackburn/lecture/ Acessado em: 17 mar. 2021.
Elizabeth Blackburn in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2021. Disponível em: https://www.infopedia.pt/$elizabeth-blackburn. Acessado em: 21 mar. 2021.

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