Françoise Barré-Sinoussi, Nobel de Fisiologia ou Medicina, 2008

Françoise Barré-Sinoussi e a corajosa descoberta do vírus HIV

Olá a todas e todos, como vocês estão? Esperamos que estejam bem, com saúde e animadas(os) para viajar no tempo com a gente! Hoje vamos conhecer uma mulher corajosa que se dedicou a estudar algo polêmico tanto pra época quanto nos dias atuais, que envolvia muito preconceito. Sua dedicação mudou o rumo das Ciências e estamos ansiosas pra contar essa história! Vamos lá?!

Françoise Barré-Sinoussi nasceu em 30 de julho de 1947 na cidade de Paris, França. Quando criança, a pequena Françoise aproveitava os feriados no interior, onde ela gostava de ficar a maior parte do tempo ao ar livre, observando a natureza. Mesmo o menor dos insetos prendia sua atenção por horas e, de acordo com ela própria, esse grande interesse pela natureza já poderia ser um indicativo dos rumos que sua vida tomaria mais adiante. Ela sempre demonstrou um grande apreço pela natureza e, durante as férias escolares, passava os dias observando os animais e as plantas dos parques de Paris.

No período escolar, Françoise se interessava muito pelas Ciências e, após realizar seu “baccalauréat” (que seria o equivalente aos nossos vestibulares, em especial o ENEM, por acontecer ao final do Ensino Médio francês) em 1966, ela estava em dúvida entre cursar Medicina ou Biomedicina na Universidade. Por fim, Françoise optou por cursar Ciências Naturais na Universidade de Paris, por ser um curso mais barato e mais curto do que Medicina, já que ela não queria dar grandes despesas para a sua família, que era humilde.

Quando estava terminando a graduação, Françoise Barré-Sinoussi começou a considerar a carreira científica como uma opção a seguir. Assim, com o objetivo de conhecer como era trabalhar em laboratórios, e então decidir se realmente era isso que desejava para o futuro, ela foi em busca de muitos laboratórios públicos e privados, se oferecendo para trabalhar como voluntária. Essa busca levou meses sem que Françoise recebesse uma resposta positiva e somente quando uma amiga sua sugeriu que ela entrasse em contato com o laboratório em que estava trabalhando, foi que finalmente encontrou um local onde poderia estagiar.

Naquela época, era bem difícil achar laboratórios, principalmente para que estudantes estagiassem. Assim que conseguiu, Françoise começou a trabalhar em tempo integral e, por isso, se considerava um mal exemplo para as outras pessoas, pois parou de ir às aulas, pedindo a amigas(os) para que lhe passassem suas anotações e só ia à Universidade fazer as provas. No fim, ela continuava indo bem nas provas mesmo não assistindo as aulas, pois tinha muita motivação e percebeu que trabalhar no laboratório era o que realmente queria.

Assim, Françoise Barré-Sinoussi ingressou no grupo liderado por Jean-Claude Chermann no Institut Pasteur (“Instituto Pasteur”, em português), localizado em Marne-la-Coquette. Na época, Chermann estava fazendo ensaios em camundongos, investigando a relação entre retrovírus e cânceres. Ele foi um importante incentivador para que Françoise se interessasse cada vez mais pelas Ciências e pela vida de pesquisadora, contribuindo para que o entusiasmo que ela sentia pelas pesquisas que estava desenvolvendo aumentasse. Françoise se apaixonou pela pesquisa e quando não estava realizando as provas necessárias para finalizar o curso, ela permanecia no laboratório. Não demorou muito e Jean-Claude Chermann propôs a Françoise Barré-Sinoussi um projeto de Doutorado. 

Françoise Barré-Sinoussi na conferência de encerramento da “International AIDS Conference” (“Conferência Internacional sobre a AIDS”, em tradução livre), em Washington, EUA, julho de 2012

Fonte: Michael Fleshman; Licença: CC BY-SA 2.0.

Durante o Doutorado, Françoise Barré-Sinoussi analisou o uso de uma molécula sintética para a inibição da transcriptase reversa do vírus Friend, que é capaz de induzir a enzima responsável pela replicação viral e, consequentemente, causar o desenvolvimento da leucemia murina. A molécula em questão, chamada HPA23, demonstrou realmente impedir a transcriptase reversa do vírus em cultura e os testes pré-clínicos mostraram que o progresso da doença era retardado devido à utilização dessa molécula nos camundongos.

Contudo, Françoise Barré-Sinoussi precisou terminar o Doutorado relativamente rápido, pois o diretor do Institut Pasteur da época decidiu transferir todos os campi externos do Instituto (incluindo o de Marne-la-Coquette, em que ela estudava) para o campus central, que ficava em Paris. Com isso, Françoise preferiu finalizar o Doutorado antes da mudança e recebeu o título de doutora em meados da década de 1970 pela Faculdade de Ciências da Universidade de Paris.

Também na época do Doutorado, o grupo de pesquisa em que Françoise trabalhava foi visitado por dois pesquisadores do National Cancer Institute (NCI – “Instituto Nacional do Câncer”, em tradução livre) que fazia parte do National Institutes of Health (NIH – “Instituto Nacional da Saúde”, em tradução livre) dos Estados Unidos da América (EUA) e, na ocasião, ela conheceu o Dr. Robert Bassin. Mais adiante, outro membro do NCI esteve no laboratório de Françoise ensinando uma técnica para a detecção da transcriptase reversa.

Com relação a esse período, Françoise descreve o sexismo que sofreu por ser mulher e querer seguir a carreira de pesquisadora. Em suas palavras:

No final do meu Doutorado, antes de ir para o Pós-Doutorado, eu conheci os diretores do Institut Pasteur na época para pedir se eu poderia me inscrever para uma posição como pesquisadora no Pasteur um dia e um deles me olhou e disse ‘Como pesquisadora?! Nunca. As mulheres nunca fizeram nada na Ciência. Melhor revisar seus planos de carreira imediatamente.’ Para mim isso foi como uma força motriz para demonstrar aos homens o que podemos fazer. Este homem me ligou novamente anos depois e disse ‘Eu gostaria de parabenizá-la, não apenas sobre as descobertas do vírus, mas também porque você teve muita coragem’.

Devido aos contatos que teve com os pesquisadores estadunidenses, ela decidiu realizar um Pós-Doutorado no grupo do Dr. Robert Bassin no NIH, localizado em Bethesda, nos EUA, ainda durante a década de 1970. Seu projeto tinha o objetivo de identificar o alvo viral do produto do gene Fv1, implicado na restrição genética da replicação do vírus da leucemia murina. Era um projeto desafiador, mas isso não a intimidou e a experiência desse período foi muito positiva para Françoise Barré-Sinoussi, mesmo sendo considerada curta por ela, pois durou somente um ano. Um dos motivos de seu rápido retorno à França foi a proposta de um cargo no Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale (INSERM – “Instituto Nacional de Saúde e de Pesquisa Médica”, em português), para voltar a atuar no laboratório de Jean-Claude Chermann. Também, ela conheceu seu futuro marido durante o Doutorado, casou-se em 1978, pouco tempo depois de retornar.

Françoise Barré-Sinoussi - Fonte: Wikimedia Commons; Licença: Livre.

O grupo de pesquisa do qual fazia parte era um dos poucos, nas décadas de 1970 e 1980, que permanecia estudando a relação entre retrovírus e cânceres. Sendo assim, o projeto de pesquisa de Françoise Barré-Sinoussi, após sua volta, consistia na investigação do controle natural de infecções retrovirais em um hospedeiro. Em especial, seus estudos analisaram a ação do interferon (interferons são glicoproteínas produzidas pelo corpo humano que possuem alta atividade antiviral, são parte essencial da defesa do organismo contra vírus diversos, incluindo o Novo Coronavírus, por exemplo) no controle de retrovírus endógenos, bem como observavam a implicação funcional de sequências retrovirais no potencial metastático de células tumorais em modelos de camundongos.

Então, no ano de 1982, Françoise Brun-Vézinet, uma virologista que trabalhava no Hospital Bichat, em Paris, entrou em contato com Luc Montagnier. Na ocasião, ela estava trabalhando com Willy Rozenbaum, um dos primeiros médicos na França a observar a nova e alarmante epidemia que se alastrava. Willy observou vários casos e relacionou com o relatório dos Centres for Disease Control (CDC – “Centros de Controle de Doenças”, em tradução livre), publicado em 1981. Por volta dessa época, só tinham sido observados 50 pacientes com a doença desconhecida na França, cuja gravidade ainda era uma incógnita para a comunidade científica.

Uma pausa para conversarmos sobre a doença desconhecida. Na época, a comunidade científica não tinha muito interesse em estudar essa doença cheia de estigmas, pois, dentre outras coisas, havia o preconceito de que ela só acometia pessoas homossexuais. Preconceitos podem muitas vezes fazer com que o desenvolvimento científico negligencie vidas, o que é algo muito sério e que precisa ser combatido!

Voltando... com isso, Luc Montagnier convidou Françoise Barré-Sinoussi para trabalhar em um novo projeto, que teria como objetivo determinar se um retrovírus poderia ser o responsável pela doença causadora da epidemia. Depois de discutir a ideia com Jean-Claude Chermann, decidiram aceitar a proposta. Anteriormente, Françoise e Jean-Claude tinham detectado sequências do vírus do tumor mamário de camundongo nos linfócitos de pacientes com câncer de mama, além de conhecerem a técnica de detecção da atividade da transcriptase reversa. Esse procedimento havia se tornado comum para detectar a presença de retrovírus nos experimentos conduzidos por eles e, com o convite e o novo projeto a ser realizado, Françoise e Jean-Claude ficaram entusiasmados para investigar se algum retrovírus estava presente em pacientes afetadas(os) pela nova doença.

Françoise Barré-Sinoussi na conferência de encerramento da “International AIDS Conference” (“Conferência Internacional sobre a AIDS”, em tradução livre), em Washington, EUA, julho de 2012

Fonte: Michael Fleshman; Licença: CC BY-SA 2.0.

No fim de 1982, o grupo de pesquisa de Françoise Barré-Sinoussi se reunia constantemente com Françoise Brun-Vézinet e Willy Rozenbaum no Institut Pasteur. As observações clínicas demonstravam que a doença atacava as células do sistema imunológico das(os) pacientes, mas a forte depleção dos linfócitos CD4 dificultou muito o isolamento do vírus dessas células raras em pacientes com Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS – “Síndrome da Imunodeficiência Adquirida”, em português). Devido a isso, Françoise e seu grupo decidiram utilizar uma biópsia de linfonodo de um paciente com linfadenopatia generalizada, na qual os linfócitos foram isolados e cultivados. Durante o experimento, o sobrenadante da cultura de células foi testado regularmente para atividade de transcriptase reversa.

Os resultados da primeira semana de amostragem não demonstraram atividade da transcriptase reversa. Mas a Ciência também demanda paciência e Françoise não desanimou! Na segunda semana de análise, ela própria observou uma atividade enzimática fraca na amostra, que aumentou significativamente alguns dias depois. O experimento ainda mostrou que o nível de atividade da transcriptase reversa caía drasticamente à medida que os linfócitos T na cultura morriam. Devido a isso, para salvar a cultura e preservar o vírus, Françoise e a equipe adicionaram à cultura linfócitos de um doador de sangue, o que trouxe os resultados esperados.

A partir daí, observaram que o vírus voltou a atividade e começou a infectar os linfócitos recém-adicionados e não demorou muito para que Françoise e as(os) demais cientistas detectassem uma atividade considerável da transcriptase reversa. Denominaram o vírus isolado de “lymphadenopathy associated vírus” (LAV – “vírus associado à linfadenopatia”, em tradução livre). Então, no início de 1983, Charles Dauguet, responsável pela área de Microscopia do Institut Pasteur, forneceu as primeiras imagens do vírus em questão.

Após isso, logo foram realizados o isolamento, amplificação e a caracterização do vírus e foi publicado o primeiro artigo tratando sobre isso na revista científica Science, em maio de 1983. No mesmo mês, Françoise Barré-Sinoussi apresentou os estudos no congresso “Cold Spring Harbor Meeting”, sendo que, depois de sua conferência, ela foi convidada para discutir os resultados também no NIH, localizado em Bethesda, EUA.

Nos meses que se passaram, Françoise continuou trabalhando com a equipe do laboratório para caracterizar o vírus recém-isolado e, em colaboração com cientistas da Biologia Molecular do Institut Pasteur, foi feita a determinação do genoma do vírus. Os esforços de Françoise Barré-Sinoussi, em um trabalho coletivo que envolveu muitas pesquisadoras e pesquisadores, médicas e médicos, fizeram com que reunissem dados suficientes para convencer a comunidade científica e as autoridades competentes de que o LAV (mais tarde denominado Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV, sigla em inglês) era o agente causador da AIDS.

Essa pesquisa foi determinante para a carreira de Françoise Barré-Sinoussi e, a partir de 1983, ela passou a se dedicar completamente aos estudos sobre o vírus HIV no Institut Pasteur. Permaneceu trabalhando no Instituto mesmo após o falecimento de seu colega de longa data, Jean-Claude Chermann, em 1987. Finalmente, depois de um longo período de dedicação a essa temática de pesquisa, Françoise se tornou chefe da Biology of Retroviruses Unit (“Unidade de Biologia dos Retrovírus”, em tradução livre).

Ao longo de sua carreira, Françoise se dedicou a colaborar com países de poucos recursos. Visitou o continente africano pela primeira vez em 1985, por ocasião de um evento da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizado em Bangui. Para ela, a visita foi uma experiência muito impactante. O choque cultural e as condições difíceis marcaram a pesquisadora e fizeram com que ela visse a necessidade de contribuir com esses países. Além disso, também visitou o Vietnã por várias vezes e, depois de sua primeira visita em 1988, também começou a se relacionar com países asiáticos. A colaboração estabelecida com a África e a Ásia resultou em intercâmbios contínuos entre jovens cientistas dos respectivos países e cientistas de Paris.

Mais tarde, já nos anos 2000, a unidade em que Françoise trabalhava no Institut Pasteur foi nomeada como “Regulation of Retroviral Infections Unit” (“Unidade de Regulamentação de Infecções Retrovirais”, em tradução livre), em 2005.

Mas foi somente em 2008, mais de 20 anos após a primeira publicação de Françoise Barré-Sinoussi sobre o vírus HIV, que ela foi laureada com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina “pela descoberta do vírus da imunodeficiência humana”[i], dividindo o Prêmio com Luc Montagnier.

Françoise Barré-Sinoussi - Fonte: Wikimedia Commons; Licença: Livre.

Em relação ao recebimento da honraria, Françoise afirmou em sua autobiografia:

Embora preveja continuar meus esforços profissionais praticamente inalterados pelo Prêmio Nobel, espero que esse reconhecimento forneça a centelha necessária para estimular os esforços internacionais na luta contra o HIV / AIDS.[i]

Em fevereiro de 2009, Françoise foi eleita membra da Academia Francesa de Ciência. Em julho de 2012, tornou-se presidenta da Sociedade Internacional de AIDS (SIA), governando a instituição até 2014. Em 2013, a pesquisadora recebeu a condecoração de ordem máxima da nação francesa, a Ordem Nacional da Legião de Honra. Atualmente é vice-presidenta da iniciativa IAS Towards an HIV Cure (“Sociedade Internacional de AIDS em direção a cura do HIV”, em tradução livre) e em 2017, se tornou presidenta do Sidaction, um grande evento francês para conscientizar e coletar fundos de caridade para pesquisadores, projetos de apoio às pessoas soropositivas e ações mundiais no combate contra a AIDS. Em 2020, os fundos levantados no evento puderam apoiar 30 projetos de pesquisa e 35 jovens pesquisadores e pesquisadoras, 88 projetos de apoio a pessoas soropositivas realizados na França por 67 associações, e 60 ações realizadas por 29 associações em 18 países.

Durante a carreira, ela ganhou mais de 10 prêmios nacionais ou internacionais. É autora e coautora de 270 publicações, de mais de 120 artigos em livros de revisão, 250 palestras em congressos internacionais e 17 patentes científicas.

Em 2018, na 22ª Conferência Internacional de AIDS – que aconteceu em Amsterdã, de 23 a 27 de julho – Françoise falou sobre os desafios a serem superados rumo ao fim da AIDS como problema de saúde pública até 2030.

Assista o vídeo clicando aqui.

Em 2020, Françoise Barré-Sinoussi foi nomeada para chefiar um Comitê de Análise, Pesquisa e Expertise (Care) científica, composto de doze pesquisadoras(es) e médicas(os), tendo iniciado nessa tarefa no dia 24 de março. Este comitê é responsável por aconselhar o governo francês sobre todos os assuntos relacionados ao tratamento da Covid-19. O grupo acompanha todos os estudos sobre a Covid-19 autorizados atualmente na França e no exterior. A maior preocupação de Françoise é com as notícias falsas que circulam sobre a Pandemia do Novo Coronavírus e tratamentos ineficazes, como o uso da hidroxicloroquina, cuja eficácia não foi rigorosamente comprovada pela Ciência. Em suas palavras:

 Alguns podem estar contaminados e podem espalhar o vírus. Isso não faz sentido. Vivi este tipo de situação na década de 1980, e é algo que confunde a população que já está atordoada com a dimensão desta Pandemia.

Com isso, reiteramos a importância de continuarmos seguindo as medidas de contenção da Covid-19 elencadas pela OMS: a manutenção do distanciamento (e isolamento, quando possível) social; a utilização de máscara; e a grande atenção com a higiene. A Pandemia ainda não acabou, mas temos as palavras de Françoise Barré-Sinoussi para nos dar força e nos confortar, pois, devido às Ciências, tudo ficará bem:

Sempre há esperança na vida porque sempre há esperança na Ciência.

E então? O que acharam? Nós ficamos infinitamente inspiradas pela paixão de Françoise pela pesquisa, sua força em não se abalar mesmo nos momentos difíceis e, em especial, por mudar os rumos das Ciências quebrando preconceitos e melhorando (e salvando!) a vida de muitas pessoas ao redor do mundo!

Abraços apertados à distância, cuidem-se e até a próxima!

Por Gabriela Ferreira, Amanda Ribeiro da Rocha e Glaucia Pantano

Infográfico: Amanda Riberio da Rocha

Algumas curiosidades sobre Françoise Barré-Sinoussi

Um dos sonhos de Françoise é finalmente achar a cura para a AIDS, mas ela sabe o quão difícil esse processo é e continuará sendo. Ela acredita que em três ou cinco anos nós teremos novas tecnologias que irão possibilitar um progresso incrível para ser capaz de detectar todos os reservatórios no corpo e atingir uma única célula infectada latentemente no corpo. Nesse caso seria possível eliminar o vírus, porém hoje ainda é impossível. Por hora, Françoise fica muito otimista para conseguir uma remissão sustentável depois de parar o tratamento. Isto é realmente algo que é viável e ela acredita que dará certo.

O marido de Françoise havia falecido meses antes dela receber o prêmio Nobel, sendo sua ausência no evento algo muito marcante e triste a ela.

 

Um pouco mais sobre Françoise Barré-Sinoussi

 A palestra dada por Françoise Barré-Sinoussi (em inglês) após o recebimento do Prêmio Nobel pode ser assistida no link: <https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/2008/barre-sinoussi/lecture/>. Acesso em: 9 mar. 21.

Françoise Barré-Sinoussi foi entrevistada pela International AIDS Society. A entrevista (em inglês) pode ser lida na íntegra em: <https://www.iasociety.org/IASONEVOICE/From-discovery-to-a-cure-A-conversation-with-Francoise-Barre-Sinoussi>. Acesso em: 9 mar. 21.

O primeiro artigo publicado por Françoise Barré-Sinoussi e sua equipe sobre os estudos do vírus HIV permanece disponível na base de dados da revista Science. O conteúdo completo, infelizmente, não é gratuito, mas no link a seguir é possível ter contato com o resumo do texto: <https://science.sciencemag.org/content/220/4599/868>. Acesso em: 10 mar. 21.

 

Referências

INSTITUT PASTEUR. Françoise Barré-Sinoussi, born in 1947. Disponível em: <https://www.pasteur.fr/en/institut-pasteur/history/francoise-barre-sinoussi-born-1947>. Acesso em: 9 mar. 21

KYL, Suellen. Como funciona o Ensino Superior na França. Guia do Estrangeiro, 5 abr. 2014. Disponível em: <https://guiadoestrangeiro.com/como-funciona-o-ensino-superior-na-franca/>. Acesso em: 9 mar. 21.

LE MONDE. Françoise Barré-Sinoussi: “Ne donnons pas de faux espoirs, c’est une question d’éthique”, 24 mar. 20. Disponível em: < https://www.lemonde.fr/planete/article /2020/03/24/francoise-barre-sinoussi-ne-donnons-pas-de-faux-espoirs-c-est-une-question-d-ethique_6034 231_3244.html>. Acesso em: 9 mar. 21.

MUSEU CIÊNCIA E VIDA. Agora é que são elas: Françoise Barré-Sinoussi. Fundação CECIERJ, 12 mai. 20. Disponível em: <https://www.cecierj.edu.br/2020/05/12/agora-e-que-sao-elas-francoise-barre-sinoussi/>. Acesso em: 9 mar. 21.

RUBIO, Isabel; VALDÉS, Isabel. Françoise Barré-Sinoussi, a mulher que descobriu o vírus da AIDS. El País, 7 mar. 18. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/06/politica/1520356842_105715.html>. Acesso em: 9 mar. 21.

SIDACTION. En 2020 grâce à vos dons, c2021. Disponível em: <https://www.sidaction.org />. Acesso em: 10 mar. 21.

 THE NOBEL PRIZE. Françoise Barré-Sinoussi Biographical, c2021. Disponível em: <https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/2008/barre-sinoussi/biographical/>. Acesso em: 9 mar. 21.

THE NOBEL PRIZE. Françoise Barré-Sinoussi Facts, c2021. Disponível em: <https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/2008/barre-sinoussi/facts/>. Acesso em: 9 mar. 21.

THE NOBEL PRIZE. The Nobel Prize in Physiology or Medicine 2008, c2021. Disponível em: <https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/2008/summary/>. Acesso em: 9 mar. 2


[i] Texto original: “for their discovery of human immunodeficiency vírus.”

[ii] “Although I anticipate continuing my professional endeavours largely unchanged by the Nobel Prize, I hope that this recognition will provide the necessary spark to spur international efforts in the fight against HIV/AIDS.”



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