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Elinor Ostrom: a primeira mulher a receber o Nobel de Ciências Econômicas
Olá pessoal, tudo bem com vocês? Nós estamos ótimas e
muito ansiosas para conhecer mais uma história maravilhosa! Hoje nossa viagem
no tempo nos levará por um caminho novo por aqui, então se preparem! Vamos lá?!
Elinor
Claire Awan nasceu em 7 de agosto de 1933 em Los Angeles, Califórnia, nos
Estados Unidos da América (EUA), numa época em que o país sofria com os
resquícios da Crise de 1929, em um período conhecido como “A Grande Depressão”.
Quando criança, seus pais se divorciaram, ela permaneceu com sua mãe vivendo na
periferia de Beverly Hills em condições relativamente pobres. Moravam em uma
casa que tinha um grande quintal onde cultivavam uma horta com vegetais e
frutas, assim desde cedo ela aprendeu a cuidar e por certo tempo foi a única
fonte de alimento da família. Sua infância foi marcada por atividades que
Elinor considerava comuns para uma menina do século XX. O que ela mais gostava
de fazer em seu tempo livre era nadar, tanto que fez parte de um time de
natação, competiu na modalidade e deu aulas para conseguir ganhar dinheiro e
economizar para a faculdade.
Estudou
durante o Ensino Médio na Beverly Hills
High School. No primeiro ano, Elinor entrou para a equipe de debate, onde
também competiu ativamente, participando de campeonatos de debate em todo o
estado da Califórnia. Aprender a debater foi algo marcante na vida de Elinor.
Nesse período, ela descobriu que sempre há pelo menos dois lados nas questões
políticas e que é necessário ter um bom argumento para defender ambos, além de
saber como criticá-los.
De acordo
com a própria Elinor, ter sido uma criança pobre em uma escola onde a maioria
era de crianças ricas fez com que ela tivesse uma perspectiva diferente sobre o
futuro. Ela enfatizava o quanto era grata pela oportunidade de frequentar a Beverly Hills High School, pois 90% das
crianças que estudavam lá conseguiam entrar em uma universidade. Elinor pensava
que se não tivesse convivido nesse ambiente, não teria nem tentado,
principalmente porque sua mãe não era a favor. Assim, após finalizar a Educação
Básica e incentivada pelo contexto, Elinor preferiu permanecer perto da família
e optou pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), onde ingressou
em 1951. Neste momento, não teve o apoio financeiro da mãe, mas conseguiu
continuar os estudos, pois os valores dos cursos na UCLA eram baixos.
No período da Universidade, Elinor trabalhou em vários lugares para não se endividar. Ela se formou após três anos em Ciência Política, tendo em seu currículo várias disciplinas das Ciências Sociais e também a matéria de Economia para calouros. Nessa mesma época, casou-se com Charles Scott, que conheceu durante a graduação, e o casal se mudou para Cambridge, Massachusetts. Enquanto o marido permanecia estudando, Elinor precisou arrumar um trabalho. Como ela mesma afirmava, foi difícil procurar emprego após a formatura, especialmente, por causa do preconceito de gênero:
“Quando
comecei a procurar um emprego após a formatura, foi um tanto chocante para mim
que os futuros empregadores me perguntassem imediatamente se eu tinha
habilidades de digitação e taquigrafia. A presunção naquela época era que o
trabalho apropriado para uma mulher era como secretária ou professora em uma
escola primária ou secundária.”[1]
Em meados no
século XX, o preconceito de gênero era muito forte e fazia com que as mulheres
tivessem grandes dificuldades, existindo até mesmo leis que as prejudicavam.
Atualmente, em países como os EUA e o Brasil, a legislação garante a igualdade
de gênero, contudo, na prática ainda não é bem assim e essa ideia de que as
mulheres só podem ocupar “cargos inferiores”, como o que aconteceu com Elinor,
infelizmente ainda persiste. Nós somos contrárias a qualquer tipo de
discriminação e, mais uma vez, gostaríamos de lembrar: lugar de mulher é onde
ela quiser!
Elinor Ostrom - Fonte: Holger Motzkau; Licença: CC BY-SA 3.0.
Apesar
dessas situações, Elinor fez um curso de taquigrafia, mas que nunca usou para
esses “trabalhos de mulheres”, e sim porque considerou que poderia ser útil no
futuro, para tomar notas durante a realização de entrevistas em seus projetos
de pesquisa. Ela também trabalhou como balconista e foi a primeira mulher
contratada em um cargo mais alto em uma empresa que nunca havia tido uma mulher
que não fosse secretária, além de não contratarem negros, católicos e judeus,
apenas homens brancos protestantes. Ela lembrava-se com orgulho que, em seus
dois anos lá, se esforçou para contratar pessoas aptas para os cargos, que não
fossem homens brancos protestantes. Para Elinor, essas experiências foram muito
importantes em sua trajetória, pois, ter um bom emprego quando jovem e
recém-formada ajudou ela a pensar mais adiante sobre a possibilidade de fazer
uma Pós-Graduação e a incentivou a não desistir dos seus objetivos diante das
adversidades. Em seu tempo livre, ela participava de cursos com o marido,
tricotava e lia livros sobre Ciência Política. Então, após um ano morando em
Cambridge, Elinor começou a planejar seu retorno à Universidade.
Em 1957, o
casal retornou para a Califórnia e se separou pouco tempo depois,
principalmente porque seu marido era contra ela fazer Mestrado e Doutorado.
Além disso, para Elinor, a vida como esposa de um advogado corporativo era
completamente desagradável, ela recordava com desgosto que tinha que frequentar
festas em que os homens ficavam em um aposento e as mulheres tinham que ficar
em outro separado.
Após o
divórcio, a experiência profissional de Elinor ajudou que conseguisse um
emprego em um escritório da UCLA. Então, ela começou a ir atrás do seu objetivo
de fazer Pós-Graduação e, após um ano cursando o Mestrado em Administração
Pública, Elinor decidiu se inscrever para o Doutorado em tempo integral. Mas
não foi fácil! As primeiras conversas de Elinor com o Departamento de Economia
da UCLA sobre essa possibilidade foram bem desanimadoras, porque ela não tinha
cursado disciplinas de Matemática na Graduação. Quando criança, Elinor foi
incentivada a estudar apenas Álgebra e Geometria, nada mais do que isso na área
da Matemática.
Sendo assim,
o Departamento de Economia incentivava Elinor a fazer somente uma
especialização menor em Economia, e não a desenvolver uma tese de Doutorado na
área. Naquele tempo, a área da Ciência Política também não demonstrava
interesse em admitir uma mulher no Programa de Pós-Graduação, com o argumento
de que apenas as faculdades comunitárias (que eram instituições de menor
prestígio) empregariam uma mulher doutora. Existia a ideia muito preconceituosa de que ter uma mulher fazendo Doutorado mancharia a reputação da
instituição.
Apesar da
grande discriminação, Elinor e outras três mulheres foram aceitas no Programa
de Pós-Graduação em Ciência Política da UCLA. Depois de iniciar o curso, as
quatro doutorandas foram informadas de que o corpo docente teve uma reunião
muito acalorada, na qual criticou o Comitê Departamental por admitir mulheres
e, ainda por cima, oferecer-lhes bolsas de estudo. Felizmente, os colegas
homens incentivaram-nas a continuar no Programa. Sobre essa fase, Elinor contou
a Sarah Auffret em uma entrevista:
“Houve uma
grande controvérsia no corpo docente porque eles não tinham uma docente ou
estudante de Pós-Graduação mulher por várias décadas. As pessoas se perguntaram
por que aquele comitê permitiu que quatro de nós entrássemos. Eles pensaram que
isso prejudicaria a reputação do departamento.”[2]
Por muito
tempo na História, os homens cientistas consideravam as mulheres como
intelectualmente inferiores e não reconheciam que seus estudos eram “ciência de
verdade”. Isso trouxe grandes impactos na sociedade que duram até hoje! A
recusa em aceitar Elinor e suas colegas mulheres em uma Pós-Graduação nos anos
1960, bem como o fato de que apenas 30% de cientistas no mundo são mulheres
atualmente mostram que a busca pela equidade de gênero nas Ciências caminha
devagar. Mas não vamos desanimar! Nosso objetivo maior é uma sociedade equânime
e que valorize as cientistas! Consideramos que ações pequenas, como acompanhar
a gente por aqui, queridas leitoras e queridos leitores, já fazem uma grande
diferença!
Voltando...
Durante seu Doutorado, Elinor participou de um grupo de pesquisa que estudava a
indústria da água no sul da Califórnia, com base em alguns dos enquadramentos
iniciais de Vincent Ostrom, Charles Tiebout e Robert Warren. Várias pessoas da
Pós-Graduação que trabalhavam neste projeto analisavam a política econômica de
um grupo de aquíferos no sul da Califórnia. Elinor foi designada para estudar a
Bacia Oeste, localizada sob cidades ao longo da costa do Oceano Pacífico,
incluindo parcialmente Los Angeles. Sem saber, na época, que estava estudando
um problema de Common-Pool Resource
(CPR, são recursos compartilhados entre uma comunidade e que incluem desde
recursos naturais, como a água, até o acesso à internet), ela teve contato com
diversas questões relacionadas ao gerenciamento desse tipo de recurso.
Elinor
Claire Awan conheceu Vincent Ostrom quando participou de um seminário dele na
UCLA. Já nos anos 1950, a pesquisa que Vincent desenvolvia sobre água estava
ganhando reconhecimento. Não demorou muito para iniciarem uma parceria acadêmica e acabaram se casando em 1963 e ela passou a assinar como Elinor Ostrom.
Em 1965,
Elinor Ostrom defendeu sua tese de Doutorado em Ciência Política, fazendo parte
dos 11,6% de mulheres que se tornaram doutoras naquele ano nos EUA. Ainda em
1965, foi oferecido a Vincent um cargo de Professor Titular na Universidade de
Indiana, em Bloomington. Naquela época, era muito difícil que uma mulher, mesmo
que doutora, conseguisse emprego na área e, por isso, Elinor decidiu acompanhar
o marido. Na Universidade, Vincent sempre deixou explícito que Elinor era sua parceira
nas pesquisas, reafirmando quais eram os interesses dela e que ela iria
colaborar em seus projetos. Inclusive, ele exigiu que Elinor tivesse uma mesa
para trabalhar em seu gabinete na instituição. Algum tempo depois, Elinor conta
como ela finalmente conseguiu ser contratada:
“Felizmente,
o Departamento de Ciência Política mais tarde precisou de alguém para ensinar
Introdução ao Governo Americano às terças, quintas e sábados de manhã às
7h30min. Nomearam-me como Professor Assistente Visitante por isso. Depois de um
ano dando aulas para calouros[as], me perguntaram se eu poderia ser orientadora
de Pós-Graduação e me transferiram para um cargo regular naquele momento.”[3]
Depois de
muitos conflitos internos na Universidade, porque Elinor era mulher e esposa de
um professor, ela finalmente conseguiu um cargo mais estável na instituição, se
tornando Professora Assistente em 1966. Nessa época, suas disciplinas tinham um
grande número de estudantes, o que, para ela, dificultou que se dedicasse tanto
à pesquisa. Em 1969, após a demissão de um funcionário da Universidade de
Indiana por motivos políticos, Elinor escreveu a uma amiga sobre o quanto
estava insatisfeita com a situação, afirmando que considerava renunciar seu
cargo. No entanto, ela permaneceu e se tornou Professora Associada ainda em
1969.
Nos anos de
1970, uma década marcada pelo ativismo pelos direitos civis, libertação das
mulheres e contra a Guerra do Vietnã, quatro estudantes foram baleados durante
um protesto contra a guerra, o que causou grande comoção. Por causa disso,
foram organizadas palestras no auditório da Universidade de Indiana. Elinor e
Vincent fizeram parte dessa iniciativa, ministrando diferentes workshops, que
contaram com um grande público.
Também nessa
época, Elinor e Vincent fundaram o “Workshop
in Political Theory and Policy Analysis” (“Workshop em Teoria Política e
Análise Política”, em tradução livre). A ideia do nome partiu de Vincent, que
considerava que a palavra “workshop” transmitia a ideia do seu ponto de vista
filosófico da Ciência como uma forma de arte. Desde o início, o objetivo do
Workshop era contemplar uma variedade de cientistas da Economia, Ciência
Política e outras áreas que trabalhassem em conjunto para compreender como
arranjos institucionais de diferentes políticas ecológicas e socioeconômicas
afetavam o comportamento das pessoas e os resultados. Elinor, Vincent e as
demais pessoas do grupo se dedicaram a investigar minuciosamente como os
diferentes contextos influenciavam, em especial, o desempenho da polícia, os
sistemas de irrigação e os recursos florestais.
Durante os
primeiros 15 anos da carreira científica de Elinor Ostrom, ela estudou questões
relacionadas à estrutura e ao desempenho da polícia nos EUA. Depois disso,
voltou a pesquisar sobre bens comuns, dessa vez, tendo seu trabalho
reconhecido. Em meados da década de 1980, o National
Research Council (Conselho Nacional de Pesquisa, em tradução livre), um
ramo da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, criou um comitê
dedicado a revisar pesquisas empíricas sobre os CPRs, do qual Elinor Ostrom fez
parte. A partir daí, começaram a reconhecer que havia muitas pesquisas sobre
este tópico, mas que estavam divididas por disciplina, setor e região, não
conversando entre si, muitas vezes. Consequentemente, as pessoas que estudavam
sobre a pesca costeira africana não conheciam outras pesquisas sobre recursos
na África, por exemplo. Ainda, as pessoas da área da Sociologia não sabiam nada
sobre o trabalho de quem era da Economia e vice-versa. Devido a essa
experiência, Elinor chegou ao entendimento de que a maneira como as
Universidades estadunidenses eram organizadas e como as pesquisas eram feitas
eram muito fragmentadas, o que era prejudicial para a construção do
conhecimento científico, inclusive devido às disputas, na opinião dela.
Por causa
disso, Elinor começou a tarefa hercúlea para impor ordem nessas informações,
por meio do desenvolvimento de um quadro geral para analisar as organizações
sociais que poderiam ser investigadas por meio de estudos de caso. No início,
ela foi dominada pela diversidade que encontrou. Seu banco de dados incluía 100
estudos de caso de associações de agricultores do Nepal, cada um gerenciando
seus sistemas de irrigação à sua própria maneira. Com isso, Elinor foi capaz de
mostrar que as diversas soluções refletiam um número menor de princípios de
design, que ela articulou em seu trabalho mais influente, intitulado “Governing the Commons: The Evolution of
Institutions for Collective Action” (“Governando os Bens Comuns: A Evolução
das Instituições para Ação Coletiva”, em tradução livre), publicado em 1990.
Voltando ao
Workshop, a filosofia que tinham lá permeou um grande programa internacional
iniciado no começo dos anos 1990. O intuito do programa era constituir, de
maneira sistemática, informações sobre as condições das florestas e seus
acordos governamentais e como isso afetava os meios de subsistência e as
próprias condições das florestas. Para isso, Elinor Ostrom e seu grupo
considerou que não seria apropriado que cientistas estadunidenses fossem
coletar dados em vários países. Em vez disso, desenvolveram uma rede
colaborativa, em que cientistas de diferentes países e que tinham interesse em
pesquisar sobre o assunto conduziram as investigações em suas regiões. Com isso,
Elinor e a equipe treinaram pessoas, incentivaram a realização de reuniões
regionais para discutir estudos e estratégias de métodos e realizaram reuniões
periódicas com toda a rede colaborativa, nas quais Elinor afirmou que sempre
aprendiam muito umas(uns) com as(os) outras(os).
No entanto,
o trabalho de maior destaque de Elinor Ostrom se refere aos Common-Pool Resources, teoria essa que
ela desenvolveu desafiando a teoria de Garrett Hardin. A CPR diz respeito,
principalmente, à sustentabilidade, apresentando uma nova maneira de gerir
recursos de bens comuns. De acordo com os resultados de Elinor, os bens comuns
a uma comunidade não necessariamente são geridos de forma ruim pelas pessoas
que os compartilham e, além disso, a privatização ou a regulamentação por
entidades externas não são as únicas soluções possíveis, tampouco são soluções
eficientes, para gerir os recursos de forma sustentável. Para chegar a essa
conclusão, Elinor conduziu um estudo empírico com populações que realizavam a
gestão de seus próprios recursos de maneira bem-sucedida, sendo esses recursos,
por exemplo, os pastos, bosques, peixes, bacias hidrográficas, entre outros.
Com isso, ela contrapôs a teoria de Hardin, mostrando que os indivíduos da
comunidade pesquisada não tinham comportamentos egoístas e individualistas,
como afirmava o autor.
De acordo
com a pesquisa de Elinor, se houver regras e princípios bem definidos na
comunidade, que sejam respeitados e aceitos por todas as pessoas envolvidas, é
possível evitar uma exploração desenfreada dos bens comuns. Com essa abordagem,
a autora reafirma a importância da cooperação e de evitar o individualismo,
mostrando ser possível, assim, alcançar o bem-estar social da comunidade. Para
ela, não era necessário a intervenção de entidades externas para a boa gestão
das comunidades.
Com isso, no ano de 2009, Elinor
Ostrom foi a primeira mulher laureada com o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas, “por sua
análise da governança econômica, especialmente os bens comuns”[4]! Ela dividiu o Prêmio com Oliver E.
Williamson.
Coletiva de imprensa com os laureados do Prêmio Nobel de Ciências Econômicas 2009, Oliver E. Williamson (esquerda) e Elinor Ostrom (direita) - Fonte: Wikimedia Commons; Licença: CC BY-SA 3.0.
A pesquisa
de Elinor continua sendo muito atual e de grande importância para os desafios
que enfrentamos hoje. O objetivo de Elinor era buscar soluções sustentáveis que
tivessem um impacto positivo economicamente, ao mesmo tempo que diminuíssem a
degradação ambiental e trouxessem bem-estar para as pessoas. Para ela, a
maneira de chegar a um consenso quanto a gestão de recursos comuns é por meio
da organização e da cooperação entre pessoas de uma mesma comunidade e que
estejam determinadas a viver de maneira sustentável, respeitando os limites, em
especial, dos recursos naturais. Ainda, de acordo com a Revista Pesquisa
FAPESP, Elinor Ostrom “comprovou, na prática, que interesses isolados de certos
grupos podem ser mais benéficos à economia e ao meio ambiente do que uma
intervenção do Estado ou do mercado”.
Elinor
Ostrom chegou ao cargo de Professora Titular na Universidade de Indiana e foi a
primeira mulher a ser chefe do Departamento de Ciência Política. Ela também foi
codiretora fundadora do “Center for the
Study of Institutions, Population, and Environmental Change” (“Centro de o
Estudo de Instituições, População e Mudança Ambiental”, em tradução livre); e
professora pesquisadora e diretora fundadora do “Center for the Study of Institutional Diversity” (“Centro para o
Estudo da Diversidade Institucional”, em tradução livre) da Universidade
Estadual do Arizona, em Tempe.
Além disso,
foi consultora de várias entidades; foi eleita, em 2012, como uma das 100
pessoas mais influentes do mundo pela Revista Time; e escreveu livros diversos,
incluindo Governing the Commons: The
Evolution of Institutions for Collective Action (1990), Understanding Institutional Diversity (2005), Linking the Formal and Informal Economy:
Concepts and Policies (2006), and Understanding Knowledge as a Commons: From Theory to Practice (2007)
(Governando os Bens Comuns: A Evolução das Instituições para Ação Coletiva
(1990), Entendendo Diversidade Institucional (2005), Vinculando a Economia
Formal e Informal: Conceitos e Políticas (2006), Entendendo o Conhecimento como
um Bem Comum: Da Teoria à Prática (2007), em tradução livre). Infelizmente,
Elinor Ostrom faleceu em 12 de junho de 2012, nos EUA, vítima de um câncer
pancreático.
E então, o
que acharam? Nós adoramos conhecer a história incrível da Elinor! Ficamos
inspiradas a nunca desistir dos nossos sonhos, a enfrentar o preconceito de
gênero e a buscar uma forma de viver mais sustentável, para cuidar da nossa
casa: o planeta Terra. Esperamos que a trajetória de Elinor Ostrom tenha
inspirado vocês também!
Abraços
apertados à distância, cuidem-se e até a próxima!
Por Gabriela
Ferreira, Amanda Ribeiro da Rocha e Glaucia Pantano
Revisão: Mariana Gomes Maiante
Infográfico: Amanda Ribeiro da Rocha
Algumas curiosidades sobre Elinor Ostrom
Quando viajavam, Elinor e Vincent
tomavam notas em um diário que ficou no carro do casal por, pelo menos, 20
anos. Lá, documentavam o tempo de viagem e a quilometragem, as pessoas que
conheciam, também memórias e avaliações de restaurantes e hotéis. Ainda, o
casal registrava compras de arte e artefatos.
Elinor, quando adulta, ganhou um apelido. Colegas, estudantes e amigas(os) de Elinor se referiam a ela pelo apelido de "Lin". Mesmo publicando como “Elinor Ostrom”, ela se apresentava às pessoas como “Lin”.
Um pouco mais sobre Elinor Ostrom
No site do Prêmio Nobel temos muitos
arquivos audiovisuais de Elinor Ostrom, sendo todas as mídias em inglês.
O momento em que ela recebeu o
diploma e a medalha do Prêmio Nobel está no link: <https://www.nobelprize.org/prizes/economic-sciences/2009/ostrom/prize-presentation/>. Inclusive, durante a
cerimônia, é possível ver que ao lado de Elinor estava sentada Herta Müller
(Prêmio Nobel de Literatura 2009), nós contamos a história dela na semana
passada, vale a pena conferir!
A conferência de Elinor após ser
laureada pode ser assistida em: <https://www.nobelprize.org/prizes/economic-sciences/2009/ostrom/lecture/>.
Uma entrevista que ela deu alguns
meses após o recebimento do Prêmio está disponível em: <https://www.nobelprize.org/prizes/economic-sciences/2009/ostrom/interview/>.
Acessos em: 15 abr. 21.
TARKO, V. Elinor Ostrom: An Intellectual Biography. Rowan & LittleField, 2017.
Referências
CLARK, Sara Catherine. Elinor Ostrom: A biography of
interdisciplinary life. 2019. 177 f. Tese (Doctor of Philosophy in the School
of Education) – Indiana University, Indiana, 2019.
ELINOR Ostrom (1933-2012). Revista Pesquisa FAPESP, n. 197, p. 15. Disponível em: <https://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2012/07/Pesquisa_197-113.pdf>. Acesso em: 14 abr. 21.
NOLEN, Jeannette L. Elinor Ostrom – American political scientist. Encyclopaedia Britannica, 2020. Disponível em: <https://www.britannica.com/biography/Elinor-Ostrom>. Acesso em: 14 abr. 21.
SIMÕES, João; MACEDO, Marta; BABO, Pilar. Elinor Ostrom: “Governar os comuns”. Economia e Política do Ambiente, p. 1-15, 2011. Disponível em: <https://www.fep.up.pt/docentes/cchaves/Simoes_Macedo_Babo_2011_Ostrom.pdf>. Acesso em: 14 abr. 21.
THE NOBEL PRIZE. Elinor Ostrom Biographical, c2021. Disponível em: <https://www.nobelprize.org/prizes/economic-sciences/2009/ostrom/biographical/>. Acesso em: 14 abr. 21.
THE NOBEL PRIZE. Elinor Ostrom Facts, c2021. Disponível em: <https://www.nobelprize.org/prizes/economic-sciences/2009/ostrom/facts/>. Acesso em: 14 abr. 21.
THE NOBEL PRIZE. The Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel 2009, c2021. Disponível em: <https://www.nobelprize.org/prizes/economic-sciences/2009/summary/>. Acesso em: 14 abr. 21.
WILSON, D. S. The Woman Who Saved Economics from Disaster, c.2016. Disponível em: <https://evonomics.com/the-woman-who-saved-economics-from-disaster/>. Acesso em: 14 abr. 21.
[1] Texto original: “When I started to look for a
position after graduation, it was somewhat of a shock to me to have future
employers immediately ask whether I had typing and shorthand skills. The
presumption in those days was that the appropriate job for a woman was as a
secretary or as a teacher in a grade school or high school.”
[2] Texto original: “There was a huge controversy in the faculty because they hadn’t had a woman faculty member or graduate student for multiple decades. People wondered why that committee let four of us in. They thought it would hurt the reputation of the department.”
[3] Texto original: “Fortunately, the Department of Political Science later needed someone to teach Introduction to American Government on Tuesdays, Thursdays, and Saturday mornings at 7:30 a.m. They appointed me as a Visiting Assistant Professor to do that. After a year of teaching freshmen, they asked me if I would be Graduate Advisor and moved me to a regular appointment at that point.”
[4] Texto original: “for her analysis of economic governance, especially the commons”
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