Dia Internacional da Física (a mulher cientista!) e do Físico

 Dia Internacional da Física (a mulher cientista!) e do Físico





Dia 19 de maio é dia do Físico. E da Física também, não da área de conhecimento, mas da mulher Física. A data foi escolhida em alusão ao ano de 1905, chamado de Ano Miraculoso, pois foi o ano no qual o cientista Albert Einstein publicou uma série de cinco grandes artigos, inclusive aqueles que falavam pela primeira vez sobre a Teoria da Relatividade. 

Durante toda a evolução do conhecimento científico temos a contribuição de grandes mulheres cientistas que, na maioria das vezes, foi invisibilizada. A história da evolução da Física é cheia delas, de mulheres que precisaram ser pioneiras em suas áreas de pesquisa, nos seus locais de trabalho. Até hoje, a área é considerada majoritariamente masculina e as mulheres precisam vencer obstáculos “invisíveis” para se estabelecerem como cientistas. 


Apesar de muito progresso, ainda temos bastante disparidade de gênero dentro das universidades, especialmente nas áreas de Ciências Exatas e Engenharias e, infelizmente, a área da Física costuma liderar esse ranking. Se analisarmos a proporção de docentes mulheres nos departamentos de Física de algumas universidades do sul do Brasil, vemos que somos, nos melhores dos casos, no máximo 30% do corpo docente desses departamentos.


Apenas 14% dos membros da Academia Brasileira de Ciência são mulheres, e dentro disso, nem 9% são da área de Exatas e Engenharias. Há apenas quatro laureadas com o prêmio Nobel de Física, sendo a primeira, Marie Curie (1903), a segunda com um espaço de 60 anos, em 1963, e novamente um espaço de 55 anos para a terceira em 2018, e a última em 2020. Será que não temos e não tivemos mulheres capacitadas na nossa área ou somos apenas invisibilizadas? 


Em mulheragem ao Dia da Física, vamos relembrar duas grandes pesquisadoras da nossa Universidade que já celebramos no nosso Projeto?


Uma das grandes referências de mulheres na Física que temos na nossa Universidade (UFPR), é a Prof.ª Dr.ª Alice Marlene Grimm. Formada em Física com pós-graduação na área de Meteorologia, ela é a pesquisadora 1C do CNPq e a pesquisadora da UFPR melhor colocada no ranking de 100 mil cientistas mais influentes do mundo. Ela foi a primeira mulher a se tornar professora no Departamento de Física da UFPR. Uma das suas maiores contribuições foram os estudos sobre os fenômenos El Niño e La Niña na América do Sul. A professora Alice é uma pesquisadora super relevante na sua área, com reconhecimento tanto nacional quanto internacional. 


Outra grande física que já falamos no nosso Projeto é a Prof.ª Dr.ª Rita de Cássia dos Anjos, que é professora do Setor Palotina, um campus estendido da UFPR fica na cidade de Palotina, cerca de 600 km da capital, Curitiba. A professora Rita é uma das cientistas negras que destacamos no nosso Livro de Passatempos Cientistas Negras: Brasileiras - Volume 1. Ela é graduada em Física Biológica  e Doutora em Física. Em 2020, a Prof.ª Rita, que trabalha com a investigação do Universo com ênfase no estudo de raios cósmicos, foi vencedora do prêmio Para Mulheres na Ciência, promovido pela LOreal Brasil, Unesco Brasil e Academia Brasileira de Ciências e, em 2021, tornou-se membro afiliada da Academia Brasileira de Ciências. 

Apesar dos problemas relatados aqui, existe uma mobilização em torno de mulheres nas áreas de STEM (sigla em inglês que faz referência às áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) que não pode ser ignorada, e que deve ser celebrada. Projetos temáticos sobre Mulheres nas Ciências têm sido criados pelas universidades brasileiras e pelo mundo afora visando encorajar mais de nós a fazer parte das Ciências/Física, bem como apoiar as que já fazem parte da comunidade, como é o caso do nosso projeto, Meninas e Mulheres nas Ciências da UFPR.

Estamos ocupando (e em busca de ocupar) todos os espaços a que temos direito.

Desejamos um Feliz Dia da Física e do Físico para todas e todos!

E desejamos que a Física e as outras áreas da Ciência sejam cada vez mais democráticas, justas e igualitárias!

Ah! Se você quiser saber mais sobre as professoras Alice Grimm e Rita dos Anjos, você pode conferir os seguintes links:

https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/cientistas-da-ufpr-estao-entre-os-cem-mil-mais-citados-do-mundo-alice-grimm-e-a-melhor-colocada-entre-os-30-mil/

https://www.instagram.com/p/CNpvc5MDUy5/

https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/professora-do-setor-palotina-e-uma-das-vencedoras-do-premio-para-mulheres-na-ciencia-2020/

https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/rita-de-cassia-dos-anjos-representatividade-que-chega-as-galaxias/

E continue acompanhando a nossa série atual sobre as ganhadoras do prêmio Nobel, em todas as áreas, aqui no blog e nas nossas redes sociais!


                            Texto escrito por Camila Luana Cardoso, Carolina Costa dos Anjos,

                                        Camila Silveira, Alessandra Souza Barbosa, Camilla Oliveira


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